As Raposas Invadiram as cidades. E agora?

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AS RAPOSAS INVADIRAM AS CIDADES. E AGORA?

SERÃO ESSAS RAPOSAS INIMIGOS PÚBLICOS?


A invasão de áreas urbanas pelas raposas, incluindo cidades como Londres (frequentemente citada como uma das cidades com uma grande população de raposas) deve-se a uma série de fatores. Estes incluem:

· a destruição do seu habitat devido à expansão urbana:
construímos sobre os seus terrenos, eliminando o seu habitat outrora
rural;

· a diminuição das suas presas naturais nas áreas rurais;

· a abundância de alimentos nas áreas urbanas: na cidade,
encontram restos de alimentos em lixeiras, alimentos de animais
domésticos deixados ao ar livre e até pequenos animais urbanos,
como ratos;

· existências de menos predadores naturais;

· possíveis alterações climáticas que as levam a procurar novos
territórios.


Apesar de tudo, as raposas urbanas sobrevivem nas cidades porque são adaptáveis, engenhosas e, sim, espertas. Mostram uma notável capacidade de se adaptar à vida urbana, aprendendo a evitar perigos como o trânsito, por exemplo. Também conseguem sentir-se mais à vontade na presença de pessoas, sem qualquer receio de se passearem pelas ruas. Ao mesmo tempo, desenvolveram hábitos tão diferentes dos que teriam num ambiente rural, que seria ‘culturalmente traumático’ mudá-las para esse ambiente.


O lobo não conseguiu encontrar uma forma de viver entre os humanos, mas a raposa encontrou-a.


Ainda que algumas pessoas considerem essa invasão uma ameaça pública, outras acreditam que é possível compartilhar as cidades com esses animais, que podem ajudar a equilibrar o ecossistema.

Poderá a má imagem da raposa ao longo do tempo ter contribuído para a perceção negativa desses animais?


Embora tenham sido frequentemente retratadas como astutas e inteligentes na literatura infantil, as raposas também são vistas como vilãs, refletindo estereótipos enraizados na sociedade. Essas associações com astúcia e artimanhas pode ter origem em antigas tradições folclóricas e mitológicas, assim como na caça à raposa, nalgumas culturas. De facto, há milénios que a raposa ocupa um lugar ambíguo na nossa cultura. Aristóteles, por exemplo, chamava-lhe "malvada e vil".


Frequentemente, as raposas são consideradas pragas, sendo vistas como predadores de galinhas e outras aves domésticas. Tal contribui também para a forma como são retratados na literatura, muitas vezes como ameaças aos protagonistas inocentes das histórias.


Em última análise, é importante reconhecer que as raposas têm tanto direito a existir como nós e que precisamos aprender a conviver com elas em vez de destruí-las. Embora os humanos não sejam os únicos responsáveis pela sua presença em áreas urbanas, as suas ações podem influenciar a dinâmica dessa população. Por exemplo, deixar lixo exposto, pode atrair mais raposas e aumentar conflitos. Daí que seja essencial adotar estratégias que reconheçam que se trata de um problema complexo e promovam a coexistência harmoniosa entre humanos e animais selvagens.

Posso dizer-vos que, durante vários anos, houve uma raposa que vinha todas as noites ao jardim da minha casa para ser alimentada. Um dia trouxe os filhotes e aos poucos foi deixando de vir. Sentimos a falta dela quando isso aconteceu. Foi nesta raposa, a quem pusemos o nome de Foxy, que baseei umas das personagens do meu próximo livro A Magia de Luna na Cidade das Flores. Mas essa é outra história, que vos contarei noutra ocasião.


Para já, deixo-vos estas questões: acham que as raposas são vilãs por invadirem as cidades (e não só)? Não sentiríamos falta delas, se se tornassem espécies extintas?

Teresa Dangerfield -

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Sobre mim

Teresa Dangerfield

Sou escritora

quando prendo as palavras para criar mantas de sentido.

e sou poeta

quando as palavras que junto me emprestam magia.

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